sexta-feira, 12 de março de 2010

Dos Amigos e d'outras relações

Isto dos amigos tem que se lhe diga. Principalmente isto dos amigos destes tempos recentes, baseados em relações diferentes "das de antigamente", como se eu fosse já um velhote jarreta e rezingão.

Há uns tempo, antes da globalização das relações e do encurtamento das distâncias pelas vias digitais, as relações construíam-se na proximidade. Com contacto, com convivência. Não havia o hábito (nem a facilidade) dos conhecimentos por voz ou por texto. As relações evoluíam, portanto, conforme as histórias e os feitios e os risos e as pauladas e as brincadeiras no quintal e as corridas e as feridas e os cortes. E as palavras. E os silêncios.
Daí que, de todas as pessoas à volta, umas se mantêm meus amigos, outras foram mas agora nem tanto e outras nunca o chegaram a ser.
Porque éramos diferentes, porque nunca tivemos interesses comuns, porque nunca nos conhecemos o suficiente, porque nunca houve ali aquele click de reconhecimento mútuo e de à-vontade.

E, por fim, aquelas pessoas com quem houve a faísca, a química, mas no sentido oposto: aquelas que detestamos quase à primeira vista. Que se senta na mesma sala que nós porque somos da mesma turma. Só! Period!
Aquelas com quem, durante um tempo, ainda fizemos um esforço (se bem que, sendo puto, fazer um esforço para me dar com alguém já devia ser sinal de demência ou outra qualquer disfuncionalidade mental).
Com quem acabámos por trocar umas bocas foleiras e uns insultos avulsos e que mais vale mesmo é ignorar/seguir em frente/fingir que vivemos em planetas diferentes/ainda bem que te vais mudar-se-fosse-há-dez-anos-já-era-tarde.

E que vem, agora, ao fim destes anos, adicionar-me no Facebook...

WTF??? Friends? Based on what?
Se aquilo tivesse outra opção além do Aceitar/Cancelar ainda te mandava a certo sítio, cara***!!!