segunda-feira, 28 de março de 2011

Estado do país

Na sequência das novas remodelações que se adivinham, e na tentativa de cumprir, à partida, com as novas políticas de "verdade", "transparência" e outras ideias similares, proponho que o Ministério das Obras Públicas, na continuidade da sua verdadeira linha de acção dos últimos anos e dos ganhos que tem trazido ao (grupo restrito de indivíduos que por lá pululam) País, veja o seu nome mudado para Ministério das Hordas Públicas.

domingo, 20 de março de 2011

Escrita Criativa I

"Houve um tempo"

Houve um tempo em que a minha janela se abria para a minha alma.
Um tempo em que eu me conhecia. Em que fazia por me conhecer. Todas as perguntas eram permitidas, todas as respostas avidamente procuradas.
Um tempo sem julgamentos, sem juízos, sem dogmas, um tempo de descobertas contínuas.
Um tempo em que me conhecia porque me procurava. Um tempo. Outro tempo.
Agora já não. A minha janela fechou-se. Cresci. Envelheci.
Agora morro.

Escrita Criativa - Um dia para descobrir
19 de Março de 2011
www.escreverescrever.com

sexta-feira, 18 de março de 2011

Grey/Dexter mood

Dos meus amigos, daqueles que me são próximos, sempre que necessário, eu não espero menos do que uma lâmina afiada. Certeira. Cirúrgica.

Algumas coisas podem ter tratamenos suaves. Um creme, uma massagem, pequenas agulhas espetadas ou tratamentos que quase induzem o sono. Coisas ligeiras, pequenas, insignificantes.

Outras não, precisam de atenção cuidada, imediata, eficaz e perspicaz. Sem grandes experiências, sem contemplações, sem piedade.

Algumas coisas, outras coisas, precisam de ser excisadas. Removidas. Mal cortado pela raíz, como se costuma dizer.

E aí, meus amigos, por muito que se grite, prefiro um corte limpo. Direito, seguro, sem hesitações. Prefiro a precisão de um bisturi afiado a cócegas com faquinhas de barrar paté.

Prefiro a dor lancinante de um corte rápido seguido da ajuda a fazer o curativo do que a moinha suave mas quase eterna de qualquer coisa que quase não dói, quase não se sente, quase não faz nada.

Prefiro (claro!) com anestesia, venha ela num pensinho anestésico, num beijo que desvia as atenções ou numa agulha hipodérmica. Mas percebo que , às vezes, o tempo escasseia e que, outras tantas, o que escasseia é a paciência para anestesiar a mesma zona, over and over and over...

No limite, quando o problema tende para o infinito, parece-me preferível um ferro quente, em brasa. Menos limpo. Mais rápido. Dói? Provavelmente deve doer...

Mas prefiro uma cicatriz. Uma cicatriz é uma marca de vida (às vezes uma marca de guerra). De uma lição estudada (embora nem sempre aprendida). Uma recordação. Uma lembrança. Sarada.

Mas antes isso do que um abcesso cheio de pús, peles e carnes que apodrecem e caem em bocados, cheiros nauseabundos, sofrimento contínuo.

Antes um tratamento rude e cru (não cruel) do que um membro amputado.

Porque sabem? Nem sempre a dor é o mal maior.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Provavelmente

Provavelmente, se nos conhecêssemos, se as cortinas se abrissem e os recantos escuros se iluminassem, provavelmente, dizia eu, se as máscaras (as más caras?) fossem todas retiradas e com elas todas as pinturas, provavelmente (dizia eu) quando as lágrimas deixassem de ser contidas e escondidas, quando a raiva fosse arremessada em público e o controlo de danos fosse entregue a terceiros, provavelmente, penso eu, quando os abraços não fossem controlados nem os afectos contidos, quando a alegria e a dor fossem genuínos e não de bordos aparados para não cortar, provavelmente, digo eu por fim, seríamos decerto amigos....

quarta-feira, 16 de março de 2011

I had a dream

Os sonhos de infância, talvez por serem daquele tempo em que não existem restrições nem impossibilidades, são, talvez, os mais puros, os que melhor nos definem.

Enquanto não nos dizem "nem penses nisso", "é melhor esqueceres", "isso não te leva a lado nenhum" nem outras pérolas motivacionais do género, enquanto temos todo o tempo e todo o espaço à nossa frente, enquanto não somos catalogados nem encaixotados, enquanto não existem classificações nem pré-determinações, temos o Universo como potencial. Podemos ser e chegar a tudo o que quisermos. Podemos sonhar com qualquer coisa.

Depois começam a chegar as restrições. Todas, mesmo que cheguem à vez. Sociais, financeiras, temporais. O sonho começa a ser utopia, depois parece loucura e, às tantas, é uma megalomania ou uma excentricidade (e aqui tudo depende, claro, do dinheiro que se tem).

E os sonhos vão (por causa dos mecanismos de defesa internos, parece-me) parar às prateleiras do esquecimento. Uma espécie de "não desisti mas nem penso nisso". Ou "um dia/quem sabe/talvez".

É bom irmos tirar o pó aos nossos sonhos de infância, de vez em quando. Faz-nos abrir os olhos e olhar para os nossos dias cinzentos de outra maneira.

Com esperança, parece-me...

terça-feira, 15 de março de 2011

Wishfull thinking

Eu sabia que devia haver uma razão para querer ganhar uns trocos no Euromilhões :)
Aliás, duas.


Poder escolher sem problemas!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Matemática e Estatística


Qual é a probabilidade de, exactamente no mesmo dia, nenhum dos dois computadores de casa nem sequer iniciar?
Muito baixa.

Qual a probabilidade de um acontecimento improvável me acontecer a mim?
A Lei de Murphy diz que depende da minha necessidade/urgência.

Qual é, portanto, a probabilidade de um acontecimento improvável me acontecer a mim numa altura de extrema urgência?

Se pode correr mal, vai correr (de certeza!) ainda pior. E falta avaliar a possível recuperação de dados.

Murphy ri-se...

domingo, 13 de março de 2011

Nem mais


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."


Fernando Pessoa


Não sei se há alguém que tenha tantas mensagens inacabadas nos rascunhos... Ainda bem que, muitas vezes, outros já escreveram as palavras que me borbulham na cabeça.

terça-feira, 1 de março de 2011

...

Changing my status... I'm on the move!

Hoping to keep the inertia