quarta-feira, 27 de abril de 2011

Books



Este já foi hoje, oferecido e muito bem recebido. Obrigado, valeu a pena!
























E este vem a caminho, daqui. Mais um. A ver se merece todas as críticas.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Genuinidade

Sempre me lembro de ouvir dizer mal dos espanhóis. Desde os eternizados ventos e casamentos e passando por tudo o resto, os espanhóis eram a pior escumalha à face da terra e não haveria ninguém pior (embora, para algumas pessoas, todos os emigras, franciús, alemães, imperialistas americanos, pretos e porcos e outros que tais - talvez todos os outros - não lhes ficassem atrás e estaríamos muito melhor se uma praga divina qualquer os limpasse de vez do planeta - já disse que seriam todos os outros?).

O que me vai chocando nisto nem é tanto a radicalidade desse tipo de afirmação, como se pudéssemos dividir sempre o mundo em duas categorias (pretos e brancos, nós e espanhóis-e-todos-os-outros-deviam-morrer, inteligentes e todos-os-outros-deviam-morrer, bonitos e todos-os-outros-deviam-morrer (ou ao contrário, nunca sei bem), qualquer-coisa e todos-os-outros-deviam-morrer).

Chateia-me que a quantidade de vezes que se afirma qualquer coisa desse tipo e o grau de barbaridade de afirmção seja proporcional ao grau de desconhecimento do assunto em causa. Ou à estreiteza das próprias vistas.

Para mim os espanhóis são como todos os outros: há uns bons e outros nem por isso, e suspeito que, nisso, sejam como todos os outros (menos como todos-os-outros-que-deviam-morrer...)

Têm, no entanto, uma característica que, comparativamente, os distingue da maioria de nós, portugueses. Riem e choram porque têm vontade. Abraçam-se efusivamente porque gostam. Discutem furiosamente porque discordam. São mais transparentes, menos comedidos, menos calculistas nas relações.

São mais genuínos. E, se não fosse por mais nada, isso bastava para me fazer gostar deles...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

"(...) malta a falar mais para se ouvir do que para os outros ouvirem. Malta a ouvir mas a pensar na sua vez de falar."

Falta dizer que também há a malta que fala e fala e fala independentemente de ter alguém a ouvir ou de ser a sua vez de falar. Que fala imparavel e compulsivamente apenas para evitar, a qualquer custo, que haja pausas ou silêncios, por muito breves que sejam. Porque o silêncio é demasiado assustador. Para uns porque mostra o vazio que existe por trás do ruído, para outros porque deixa de esconder e abafar todas as vozes interiores que não se quer escutar...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Idade Santa

Idade Santa, segundo dizem. Isso não sei. De santo, parece-me, só tenho a parte da procura. Dizem que todos os grandes santos (ou os mais sábios, pelo menos) foram aqueles que mais procuraram, como quem diz aqueles que mais caminhos tentaram e mais erros fizeram e mais pecados cometeram.

Parece que a iluminação não vem de pequenino, vem com o caminho.
Que seja!

Que seja uma idade inconformada, desaquietada, desacomodada.
Proveitosa, portanto!