sábado, 2 de março de 2013

Aim for the moon AKA Caminheiro


"Esta é a história de um homem a quem eu definiria como um pesquisador.
Um pesquisador é alguém que busca, não necessariamente alguém que encontra. Tão-pouco é alguém que, necessariamente, saiba o que anda a buscar. è simplesmente alguém para quem a vida é uma busca."

Jorge Bucay - "Contos para pensar"

Sempre achei que a mística do Caminheirismo era uma óptima bagagem para levar para a vida. Mais do que as recordações e as amizades e as experiências, é a vontade de caminhar, de ir sempre mais além, de buscar sempre, incessantemente. A procura sempre insatisfeita de mim mesmo, do mundo e do meu lugar nele. E é essa vontade de nunca parar que espero nunca perder.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2012

Só para não dizer que passei um ano inteiro sem escrever nada.
2012 foi um ano de poucas escritas, mas a vida continua lá fora. À espera que voltem.
As escritas e as palavras, que já vai sendo tempo de dizer sempre o que penso...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sometimes

Sometimes, some things are completely fucked up deep inside me. Like a shadow, lingering above me, hunting me, haunting me.

Sometimes I get to ignore them. Sometimes I get to forget.
Sometimes I run. Sometimes I fall with fear.

Sometimes I fail.

Someday some things will change.

Someday, somehow, I'll stop running...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Amaz(ing)on

Finalmente testo a Amazon. À espera do muito aguardado Seinfeld :D

Fingers crossed!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011


"Caminheiro,
Canta como cantam os viandantes:
Canta e caminha.

Não para ficar na inércia,
Mas aguentar o esforço.
Canta e caminha.

Sem te perderes, sem voltar atrás,
Sem parares.
Canta e caminha."

Santo Agostinho


Desde que li estes versos pela primeira vez, num postal que guardo, que eles me falam de uma forma muito própria.
O canto não será um dos meus fortes, mas nunca parei de andar em caminho. Umas vezes só por dentro, desta vez também com os pés.

À procura de qualquer coisa, nomeadamente de mim próprio...


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Plágio

"Escrever não é assim tão difícil. É só começar com uma letra maiúscula e terminar com um ponto final. No meio colocam-se ideias"

Pablo Neruda


Parece fácil... E o difícil nem é ter ideias, é só aquela maiúscula do início. Ou, como tem sido nestes últimos tempos, conseguir escolher a letra para começar.

Se na minha cabeça houvesse sopa de letras, por estes dias mais pareceria um creme de cenoura..

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Johnie Walker

JOHNIE WALKER

The wind was cold at that early hour. The streets were empty and a heavy silence could be heard for miles around. There was not a soul in sight, no one to ask for directions, no map in the pocket. The night was still queen and the sun was still a few hours away.
John was lost!


After a moment of total disorientation, he firmly closed his eyes and put his hands on his ears trying to stop all the voices and all the images in his mind. Trying to push all the confusion out and trying to stick the calm silence in. He absolutely had to start thinking straight.
He took a large deep breath and held it for a few seconds, exhaling slowly while focusing on his heartbeat. His heart was like a wild black stallion running in the prairies of the Old West. Spirit of the Cimarron, he tenderly called it. He held to that image again, like he had done some times before. Everything was strangely familiar: the buildings in front of him, the empty 24-7 at the end of the street, the furiously running horse in his chest and the total unawareness of himself. He had succeeded before, he would succeed again. It was a matter of life or death…
Keeping his eyes closed and breathing as calmly as he could, he started whispering to Cimarron while trying to remember something, anything. A clue, a starting point, a first step. The small well in the middle of the desert from where he could start walking towards salvation.


His name was John. He started from there, and the voices did too.
John. Little John. Little Johnie. He had been Little Johnie ever since he was little. The smallest of the group. The quiet, calm one. The weakest, the last in a race, the one beaten in a fight. The protected one, because he was cherished by his friends.
He might be weak, but he was smart and had a strong will: he would never quit anything.
He always knew that, someday, he would no longer be Little. And when the time came, he took his opportunity…
The images slowly rearranged into that turning day. Someone was calling him, a couple of boys running and laughing and saying “Come on, John, you can do it”. He looked down at his hands (keeping his eyes closed) and saw a huge hammer. He looked up and saw the bell on top of the pole, with a metric scale going from the ground to the three meters high. Oh, that was it! He had to punch the platform under his feet and send the heavy red ball against the yellow shining bell. “Come on, John, hit it hard!” Wild Cimarron heard the spell and refrained a bit, now running in circles but still not letting him get near.

His name was John Walker, and his life and his memories were slowly coming back. Cimarron was now just enjoying the ride and he could breathe normally.
He concentrated on the hammer. If he could ring the bell, he would be a hero. He would be safe. But he had to make it quick.
He was shivering with cold. No wonder, because he was in his pyjamas and had one sock on one foot and a pink slipper, 4 sizes down his, on the other, and the whipping wind was slapping him without mercy.
He held his hammer above his head. Cimarron was staring at him, waiting, not knowing whether to stay or to run again. And with a final breath and raging scream he threw the hammer down with a strength he didn’t know he had. His fate was to be decided.
He almost missed the crystal sound of the bell, because his friends started to scream along with all the strangers around them. He had it! After everyone else failing, he was the first one to do it.
“Sledgehammer! Sledgehammer! Sledgehammer!”, they shouted, and that came to be his war name, his cognomen. His mother was the only one that still called him John, but he was Sledge for everyone else. Sledgehammer, Slegde or simply Slee.
Cimarron was waiting. Slee knew he wouldn’t run again, and started to walk towards the big stallion, smiling at those big dark inscrutable eyes. When he got to the horse, he raised both his arms and gently touched the big warm animal.
He was no longer lost.

He was John… no, sorry.
He was Slee.

Slee P. Walker.

He turned around, went upstairs and got back in bed.

Vitor Hugo Vergilio
May 2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pêndulos

Lixadas são as variações de humor. O caminho (curto) entre o acreditar nas possibilidades e o achar que, afinal, tudo não passa de impossibilidade. O levantar a mão para uma carícia de conforto e afinal ela descer com o chicote. A montanha russa motivacional. E emocional.

Parece-me que, também na vida, do céu ao inferno vai apenas uma Thin Red Line...

terça-feira, 17 de maio de 2011

WishList

Acutilância. Ironia e sarcasmo. Sem azed(lh)ices nem bronquices.

Parfait!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Translating...

Quando me vêem pedir qualquer coisa e cagam d'alto para os conselhos que estão a receber (especialmente para si, Sr. deixe-lá-não-se-preocupe) é mais ou menos isto o que me passa pela cabeça...



terça-feira, 10 de maio de 2011

Politics



No meio do lamaçal em que a nossa política se vem a arrastar há muitos anos é dificil saber quem poderá (ou saberá, ou quererá) fazer diferente.

Mas sei que, se formos um País a sério, nunca políticos que mentem ou omitem, deliberada e concientemente, informação que devia ser o mais transparente possível será re-eleito. Mas essa esperança já não tenho...

Ainda mantenho a esperança que os olhos se abram e as memórias se iluminem, mas depois penso: os americanos não elegeram o George W por duas vezes? Porque haveremos nós de ser mais lúcidos?

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dualidades

O bom de haver quem escreva coisas com as quais nos identificamos quase totalmente é mesmo esse: há quem "nos escreva" de formas que nós próprios não sabemos, mas que até fazem completo sentido.

O mau é que queremos sempre mais...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Books



Este já foi hoje, oferecido e muito bem recebido. Obrigado, valeu a pena!
























E este vem a caminho, daqui. Mais um. A ver se merece todas as críticas.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Genuinidade

Sempre me lembro de ouvir dizer mal dos espanhóis. Desde os eternizados ventos e casamentos e passando por tudo o resto, os espanhóis eram a pior escumalha à face da terra e não haveria ninguém pior (embora, para algumas pessoas, todos os emigras, franciús, alemães, imperialistas americanos, pretos e porcos e outros que tais - talvez todos os outros - não lhes ficassem atrás e estaríamos muito melhor se uma praga divina qualquer os limpasse de vez do planeta - já disse que seriam todos os outros?).

O que me vai chocando nisto nem é tanto a radicalidade desse tipo de afirmação, como se pudéssemos dividir sempre o mundo em duas categorias (pretos e brancos, nós e espanhóis-e-todos-os-outros-deviam-morrer, inteligentes e todos-os-outros-deviam-morrer, bonitos e todos-os-outros-deviam-morrer (ou ao contrário, nunca sei bem), qualquer-coisa e todos-os-outros-deviam-morrer).

Chateia-me que a quantidade de vezes que se afirma qualquer coisa desse tipo e o grau de barbaridade de afirmção seja proporcional ao grau de desconhecimento do assunto em causa. Ou à estreiteza das próprias vistas.

Para mim os espanhóis são como todos os outros: há uns bons e outros nem por isso, e suspeito que, nisso, sejam como todos os outros (menos como todos-os-outros-que-deviam-morrer...)

Têm, no entanto, uma característica que, comparativamente, os distingue da maioria de nós, portugueses. Riem e choram porque têm vontade. Abraçam-se efusivamente porque gostam. Discutem furiosamente porque discordam. São mais transparentes, menos comedidos, menos calculistas nas relações.

São mais genuínos. E, se não fosse por mais nada, isso bastava para me fazer gostar deles...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

"(...) malta a falar mais para se ouvir do que para os outros ouvirem. Malta a ouvir mas a pensar na sua vez de falar."

Falta dizer que também há a malta que fala e fala e fala independentemente de ter alguém a ouvir ou de ser a sua vez de falar. Que fala imparavel e compulsivamente apenas para evitar, a qualquer custo, que haja pausas ou silêncios, por muito breves que sejam. Porque o silêncio é demasiado assustador. Para uns porque mostra o vazio que existe por trás do ruído, para outros porque deixa de esconder e abafar todas as vozes interiores que não se quer escutar...