sexta-feira, 16 de maio de 2008

Conceito

Segundo o Dicionário http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx :

CONCEITO
do Lat. Conceptu
s. m.,
tudo o que o espírito concebe e entende;
entendimento, ideia, opinião;
concepção;
síntese;
a mente, o juízo, o entendimento;
máxima;
dito sentencioso;
moralidade;
parte da charada que indica o significado da decifração.

Conceito:
Do alto das minhas certezas, das de agora, sei que a segurança não advém das fortalezas que erguemos. E que nos isolam.
Sei que a proximidade tem duas distâncias e dois sentidos: de mim e para mim.
Sei que a cumplicidade se faz de palavras, de risos e de choros, de tempos e de momentos, de partilhas e proximidades. Em vez de omissões e distâncias e silêncios…
Sei que os outros podem (ou não :) ) gostar de mim por aquilo que sou. Mas que nunca o saberão (saberemos?) enquanto não me conhecerem.

E sei isto porque sei… não, porque sinto que a Vida não é para ser sabida: é para ser sentida!

Sei que muito perdi já, dentro dos meus castelos. E sei que, estranhamente, as minhas seguranças degeneraram em inseguranças.

Sei agora, chegado a esta idade, que a única forma Feliz de enfrentar o Mundo não é armado até aos dentes e com cara de mau (estão a ver? assim tipo Rambo, a chispar fogo pelos olhos, fumo pelo nariz e com cheiro a sovaco fermentado…).
É de braços abertos! De peito feito (como na tropa, e não como… enfim…)! De riso na cara! Sem medo e sem medos…

Ok, isso às vezes faz doer um bocado. Também já sei isso… Os joelhos ficam esfarrapados das quedas e as costas ficam doridas da mochada.

Mas, estranhamente, descobri que a Vulnerabilidade (e a Amizade, e a Proximidade, e a Intimidade, e outras "idades" que tais) não rima com dor, nem com medo, nem com segurança (ainda para mais porque não anda com colete reflector nem com joelheiras e capacete).

Vulnerabilidade rima com entrega (ahahah…).
Vulnerabilidade rima com Integridade.

Vulnerabilidade entretece-se com Felicidade.

5 comentários:

Anónimo disse...

Mas devia ser mais fácil praticá-la...!!?

aka disse...

Devia?
Atrevo-te a dizer que não!

Talvez mais fácil fosse menos doloroso.
Mas talvez menos doloroso fosse, também, menos saboroso...

aka disse...

Atrevo-ME, como é óbvio...

Anónimo disse...

Há quem diga que "uma alegria passada já não é alegria, mas uma dor ainda é dor"... Quando há dores que ainda não passaram... apesar do tempo, apesar das tentativas... conseguiremos deixar de as sentir pra se tornar... mais saboroso...?

aka disse...

Quanto às coisas passadas...
Eu acho que as coisas boas também perduram na memória!
Mas, por feitio genético, temos alguma tendência para pôr a tónica nas outras (ou não fôssemos nós os "inventores" do Fado e da Saudade...). Com alguma facilidade cuidamos das dores e das infelicidades e nos esquecemos do resto.

Talvez (e eu sublinho o talvez :)) o truque esteja em darmos mais cuidados aos sabores da vida. Aos passados e, principalmente, àqueles que sempre nos foram passando despercebidos, logo ali, ao alcance da mão...

Talvez assim as dores passem a dissabores e, daí, a de-sabores: gelados, gomas, pastilhas, chocolates, frutas, algodão-doce ou natas do céu...

Eu, por mim, gosto mais de pensar que "para tudo é preciso imaginação. Até para evitar a dor..."