sexta-feira, 28 de março de 2008

Andar "direito" ou "a direito"?


Ontem, Quarta-feira, resolvi fazer uma visitinha às Urgências dos HUC. Alguns poderão pensar que estava com saudades do dito local, mas não, não foi a minha alma melancólica que me levou por tais caminhos...

Foram outras três razôes.

Primeiro, o edema no pé direito, que me fazia andar como se fosse a Torre de Pisa, sempre a inclinar-me para um dos lados e em risco constante de cair, associado ao "leve" hematoma que se via de ambos os lados do pé.

Em segundo, as dores que, apesar de terem sido muito mais intensas ainda na Terça, logo depois do jogo, teimavam em não dar grandes tréguas.

E, por último, o descobrir que, para todos os efeitos, estou mesmo a ficar (ou a caminhar...) para velho: deixei de pensar "que se lixe, mais dia menos dia isto vai ao sitio e siga!" para pensar "se realmente parti aqui alguma coisa, daqui a uns tempos começo a andar mal e sempre com dores..." Enfim... velho :)

Por isso, lá fiz a minha inscrição nas Urgências. "Triaram-me", como esperado, para a Ortopedia e siga, fazer um RX. Aquilo até correu muito bem, despachei-me ao fim de duas horitas (a minha média de espera nos HUC baixou, agora, para umas 3 horas e meia...).

Quando, na consulta final, o médico puxou lá das imagens do meu pé, descobri duas coisas.

A primeira foi que as minhas suspeitas (ou esperanças? uns diazitos de férias até calhavam bem...) goraram-se (palavra interessantíssima) e nada de fracturas. Garantido pelo médico! Só dores, mesmo. Gelo e AINE, e siga! Um dia destes a coisa vai ao sitio...

A segunda descobri eu, sozinho, sem sequer precisar de ajuda, enquanto olhava para aquelas imagens no ecrã: as falanges do meu quarto dedo do pé direito estão desviadas (e quando digo desviadas, quero dizer que a posterior flecte para a direita e a média para o sentido oposto...) quando deviam seguir rectas e paralelas às vizinhas. Ou seja, tenho o dedo torto! Ali, branco no azul, que é a nova cor das radiografias digitais, muito mais bonitas no monitor e que sempre dá para fazer um zoom, em caso de dúvidas...
Provavelmente, arrisco eu, partido aqui há uns anos, quando ía a entrar em casa (a correr, claro!, e descalço...) e não me lembrei do novo degrau, recente, e lhe mandei tal pontapé (ou pontadedo...) que me vieram lágrimas aos olhos (à cabeça ainda não me vinham certas coisas...).

O que me pôs a pensar: será isso que me tem desviado, volta e meia, dos "bons caminhos"? Andar "de lado" ou "para o lado"?

E se sim, a pergunta que se impõe, agora, é:

Afinal, do que é que preciso? Para andar a direito? De um corrector (inter-digital, entenda-se) ou de um correctivo?


Se alguém descobrir... avisem!

terça-feira, 25 de março de 2008

Se eu pudesse...

Se eu pudesse?
Assim, à escolha?
Ah! Se eu pudesse alegrava-te a Alma! Arrancava-te um sorriso! Grande! Largo!

Melhor ainda... uma sonora gargalhada!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Primavera! Dia Mundial da Poesia! Sexta-Feira Santa...


Hoje começa, oficialmente, a Primavera!

Embora, para mim, tenha realmente começado na Terça-feira da semana passada.

Num dia (bastante) complicado, indo eu pela rua do Brasil fora, a remoer mágoas (as minhas e as que causei...), eis que ouço, num fio eléctrico por cima da minha cabeça, um trinado familiar de uma andorinha. A primeira que vi este ano! E que me arrancou o primeiro sorriso do dia... Sinais destes, seja em que altura for mas, acima de tudo, quando mais preciso, dão-me sempre outro alento. Senti-me mais quente e colorido. Quase florido :)


Mas o Inverno não desarma facilmente! E, se a tal bendita andorinha tem andado com o bico, nestas manhãs geladas, como eu tenho ficado com o nariz, deve andar a pensar se valeu a pena rumar tão cedo a Norte, só para eu não perder o meu...


E hoje é também o Dia Mundial da Poesia!

Essa suprema capacidade humana de tocar e ser tocado através das palavras. Sons que ressoam no mais profundo de nós como se a nós mesmos pertencessem. Sentidos que se tornam nos nossos próprios sentimentos.

Nós, de repente, ali!


Aos Poetas e aos poetas, da e na minha vida, pelas palavras que lhes vou roubando, tornando-as também minhas, tornando-as, também, partes de mim,


Obrigado!

"It's strange
how we are changed
by things that seem so small.
One look can write a book,
one touch can say it all."

Isto hoje nem "cheira" bem a Páscoa. A trabalhar, hoje a um ritmo alucinante. Sem pausas, sem descanso, sem tempos para pensar. Sem conseguir olhar para fora daqui (e, portanto, para dentro de mim). Mas sem me esquecer, em altura nenhuma, que não estou esquecido. Sozinho.
Continuem ao meu lado. À minha volta. Comigo!
Orem por mim, que eu velo por vós...

terça-feira, 18 de março de 2008

Quem, eu? "Isto"????

Pois é...
Chegado de campo, baterias (re)carregadas, cheio de espirito, de moral, "com a pica toda"...
Para quê?
Para descobrir que ser "vendido" é uma bela merda! Desculpem-me os espiritos delicados.
Ainda para mais sem ganhar nada com isso.
Hoje, pela primeira vez em muitos anos (desde que pensei "quero ser farmacêutico"), considerei seriamente o cenário de mudar de vida. Não era bem "nisto" que eu pensava, não era "isto" que eu queria. Eu não quero ser "isto"...
Enfim... obrigado pela chapada na cara!
... ("Isto" está bonito, está...)

sexta-feira, 14 de março de 2008

Subir à montanha



Mesmo, mesmo, antes de ir para campo, antes de subir, mais uma vez, à montanha...
Não sei se à Tua procura, se à espera que me encontres...


Deus


"Quando a primeira palavra me chegou aos lábios, subi à montanha sagrada e falei com Deus:
- "Senhor, sou teu escravo. A minha Lei é o teu desejo e sempre terás a minha obediência".
Mas Deus não respondeu e passou por mim como uma violenta tempestade.

.Mil anos depois, voltei a subir a montanha sagrada e disse:
- "Sou teu, de barro me fizestes e devo-te tudo o que sou".
Mas Deus não me respondeu e passou por mim como mil asas velozes.

Mil anos depois escalei a montanha sagrada e de novo me dirigi a Deus:
- "Pai, sou teu filho. Deste-me a vida, e com amor e veneração vou herdar o teu reino".
Mas Deus não me respondeu e passou por mim como os véus da neblina das montanhas distantes.

Mil anos decorridos, subi outra vez à montanha sagrada:
- "Meu Deus, és a minha esperança suprema e a minha plenitude. Sou o teu passado e Tu o meu futuro. Sou a raiz na terra e Tu a minha flor no céu, e juntos cresceremos voltados para o Sol".

Deus inclinou-se para mim e murmurou belas palavras. E como o mar acolhe o rio, assim Ele me acolheu.

E, quando desci ao vale e à planície, Ele veio comigo.

Khalil Gibran - "O Louco"

segunda-feira, 10 de março de 2008

"O Novo Prazer"

"Ontem à noite inventei um prazer novo.
Quis prová-lo, e foi então que um anjo e um demónio me invadiram a casa.
Os dois discutiam o prazer recém-nascido.
Um gritava: É pecado! O outro, no mesmo tom, dizia: É virtude!"

Khalil Gibran - O Louco

sexta-feira, 7 de março de 2008

Lagartar ao Sol

Hoje gosto de mim. E como isso não acontece todos os dias, mais vale aproveitar. Por isso, resolvi premiar-me com um belo passeio pela baixa...

Faz-me pensar porque não o faço mais vezes. Porque há poucas coisas que me saibam melhor do que um passeio ao sol, entregue a mim mesmo.

Por isso aproveitei o tempo de almoço, que passo muitas vezes a desperdiçar tempo, e lá fui eu, 30 minutos a pé para cada lado, só pelo prazer de um café, ao Sol, na esplanada do Santa Cruz. um dos poucos cafés que, para mim, vale bem o (balúrdio...) que custa. Não que o café, em si, seja extraordinário... mas os cheiros, os sons, as ruas, toda aquela envolvência me faz sentir como há uns anos, desde que comecei a pass(e)ar por lá, em que a vida parecia mais fácil. Mais simples...

Acho engraçado a forma como o Tempo transforma as nossas perspectivas. Sobre tudo. Incluindo sobre a imagem que vamos tendo de nós, do mais íntimo e profundo de nós. E como me vai mostrando que até nas alturas em que, pensava eu, era completamente honesto comigo, até aí estava mascarado. Disfarçado. Retratado como gostaria (e como gostariam, outros...) mais de mim.
Espero, sem apagar ou esquecer o que fica para trás (porque somos, também, aquilo que fomos), conseguir atingir um bocadinho mais da minha complexidade e da minha profundidade. Mais fundo, pelo menos, que uma cebola...

À espera que estes meus encontros, comigo, se repitam e se multipliquem. Para que estes retratos de mim se complementem e se completem. Aos poucos. E que me dêem um sítio onde voltar quando, noutros dias que não como os de hoje, eu achar a minha própria companhia insuportável...

Definição de Amizade II

"Os amigos são como os soutiens. Levamo-los sempre junto ao peito e servem para nos levantar para cima quando precisamos."

Pérola da sabedoria, contribuição da Cidade FM, um dos poucos motivos de riso atrás daquele Seat Marbella...

quinta-feira, 6 de março de 2008

Renascimento...

Olha!!!
Renasci...

Ou melhor, como eu diria se fosse escritor, "o meu blog renasceu em mim"...
Depois de re-voltas interiores, depois de sentimentos e sentidos mastigados, as palavras voltaram a ter nexo. Objectivos...

A ver vamos se de um verdadeiro Renascimento se trata... ou se serão só os últimos estertores antes da flatline.

...
Já viram o filme "FlatLiners"? Ainda a Julia Roberts era uma miúda, "praí" com uns 20 aninhos?
Conta a história de quatro estudantes que quiseram levar ao limite a experiência da morte. "Morriam" durante uns segundos e depois eram reanimados pelos outros.

Só que, metaforicamente ou não, os fantasmas e o passado, nesse encontro, acabaram por voltar ao presente.

Sempre me fez pensar... se calhar, muitas vezes, precisamos de ser levados ao limite para sabermos quem realmente somos. Para sabermos do que somos feitos, o que e quanto valemos. Se calhar,muitas vezes, temos de morrer por dentro, despojarmo-nos de tudo, perdermos tudo, para podermos renascer.
Para nós e para os (ou pelos) outros.

E isto, nesta Quaresma, véspera do verdadeiro Renascimento do Homem, tem-me feito pensar...

Terei eu a coragem de seguir em frente? Confiar? Deixar-me ir, final e completamente, sem reservas, sem medos?

Sem as minhas màscaras?

Desafio

(Pré-aviso: post escrito em 2009, nesta data, para aqui empurrado depois de achar que altas horas da noite dão, às vezes, coisas que não deviam ser escritas. Como já não me apeteceu apagá-lo... escondi-o.)
Aqui há uns tempos, este tipo deixou-me um desafio. As regras eram estas:

- Escrever as regras do desafio;
- "Linkar" a pessoa que enviou o desafio;
- Contar 6 factos aleatórios sobre a vossa pessoa;
- Passar o desafio a outros 6 blogues;
- Ir aos blogues nomeados avisar.

Ok! Então, e assim para já, tenho de dizer que aceito, mas com algumas reservas. Aceito porque me apetece, mas também como me apetece.
Porque isto agora é meu, desde que mo mandaram e eu o apanhei, e, portanto, as regras também são as minhas.

Portanto, vou começar por ignorar o seis. Não tenho nada contra o senhor, bem pelo contrário, que sempre foi um dos meus números favoritos e o primeiro peixinho que eu tentava fazer. Vou mandá-lo dar uma volta. Vou "contorná-lo".

Facto Aleatório 1
Já apanhei a minha mãe numa armadilha, parecida com a armadilha para tigres da primeiríssima tira de Calvin.

Facto Aleatório 2
Já quase morri.

Facto Aleatório 3
Já passei três dias, sozinho, a deambular pela serra, só a ver se era capaz e o que descobria.

Facto Aleatório 4
Já participei numa batalha medieval. Campal, com um exército de cada lado, devidamente armados e apetrechados, com uma única regra: não vale arrancar olhos.

Facto Aleatório 5
Já passei duas noites ao relento, sem mais nada do que os cimos dos pinheiros e as estrelas por cima de mim.

Facto Aleatório 6
Já tive um pequeno-almoço composto pelo belo do caldo-verde da mãe, comido quente, do tacho, à colherada, enquanto fazia uma leitura embrenhada do Dicionário da Língua Portuguesa, na letra O.

Facto Aleatório 7
Li o meu primeiro livro de aventuras, "Viagem ao Centro da Terra", de Jules Verne, aos sete anos.

Facto Aleatório 8
Sou um tipo bastante arrumado. Sei sempre onde arrumei as minhas coisas, e sei sempre se andaram a rondar pelo meu quarto.

Facto Aleatório 9
Já quase incendiei um quartel dos Bombeiros.

Ok? Está bom assim?
Então só falta dizer que fica o desafio por aqui. Porque não conheço assim tanta gente, primeiro, e porque, ainda por cima alguns deles também já foram desafiados. E repetições não valem a pena.
Mas se alguém lhe quiser pegar, acrescento uma regra: não vale repetir na íntegra. Pelo mens uma coisa terá de mudar. Fazer diferente. Inovar.

Ah, sim, quase me esquecia. Nem tudo ali em cima é verdade. Aceito "comentários e sugestões" :)
Os "comentários e desmentidos" aguardam momento propício à devida prossecução da procura da verdade dos factos...