sexta-feira, 7 de março de 2008

Lagartar ao Sol

Hoje gosto de mim. E como isso não acontece todos os dias, mais vale aproveitar. Por isso, resolvi premiar-me com um belo passeio pela baixa...

Faz-me pensar porque não o faço mais vezes. Porque há poucas coisas que me saibam melhor do que um passeio ao sol, entregue a mim mesmo.

Por isso aproveitei o tempo de almoço, que passo muitas vezes a desperdiçar tempo, e lá fui eu, 30 minutos a pé para cada lado, só pelo prazer de um café, ao Sol, na esplanada do Santa Cruz. um dos poucos cafés que, para mim, vale bem o (balúrdio...) que custa. Não que o café, em si, seja extraordinário... mas os cheiros, os sons, as ruas, toda aquela envolvência me faz sentir como há uns anos, desde que comecei a pass(e)ar por lá, em que a vida parecia mais fácil. Mais simples...

Acho engraçado a forma como o Tempo transforma as nossas perspectivas. Sobre tudo. Incluindo sobre a imagem que vamos tendo de nós, do mais íntimo e profundo de nós. E como me vai mostrando que até nas alturas em que, pensava eu, era completamente honesto comigo, até aí estava mascarado. Disfarçado. Retratado como gostaria (e como gostariam, outros...) mais de mim.
Espero, sem apagar ou esquecer o que fica para trás (porque somos, também, aquilo que fomos), conseguir atingir um bocadinho mais da minha complexidade e da minha profundidade. Mais fundo, pelo menos, que uma cebola...

À espera que estes meus encontros, comigo, se repitam e se multipliquem. Para que estes retratos de mim se complementem e se completem. Aos poucos. E que me dêem um sítio onde voltar quando, noutros dias que não como os de hoje, eu achar a minha própria companhia insuportável...

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