quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Metáfora Parva

De manhã, assim que acordei, fui à cozinha. Aquecer uma chávena do café que deixei pronto ontem à noite, última coisa que fiz antes de deitar. E havia luz na rua...

Depois do banho voltei à cozinha, desta vez para tomar o pequeno-almoço mais a sério. E a luz da rua tinha desaparecido, afinal ainda era noite.

Fiquei a pensar nesta incongruência da luz diminuir à medida que os minutos passavam. Pensei, primeiro, que devia ter visto qualquer coisa mal. Pensei que ainda devia estar demasiado ensonado para pensar fosse no que fosse. Pensei que devia beber mais uma chávena, a ver se a "alucinação" passava.

Depois percebi o que era: horário dos postes de iluminação pública! Apagaram-se antes do Sol nascer.

Isto tudo só para dizer (tinha de chegar à tal metáfora parva com esta conversa toda) só para dizer, dizia eu, que a vida, às vezes, é como isto: umas horas estamos no escuro, outras estamos com iluminação artificial. Mas nenhuma delas pode, em caso algum, substituir a luz do Sol. Ou não vemos as cores da vida (vendo bem, no escuro não vemos mesmo nada do que se passa à nossa volta) ou vemos só com um alcance limitado e com cores distorcidas, mortiças, pouco apelativas... pouco verdadeiras!

Ou talvez a metáfora fosse: às vezes olhamos para o mundo apenas com as luzes que (não) nos dão, e esquecemo-nos que precisamos da nossa própria luz natural para vermos as cores todas. Esquecemo-nos que temos de avaliar o que nos rodeia a partir dos nossos próprios olhos, e não esquecermo-nos no que outros nos dizem que vêem.

Seria isto? Hmmm...
Se calhar só queria dizer que era muito cedo quando tive de me levantar, e que um dia de serviço é comprido, muito comprido...

Pois, se calhar era isso, era...

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